A respeito:
A última revolução interna do Rio Grande do Sul descaía para a paz. Sustentava-se apenas pela renitência de alguns líderes maragatos exilados no Uruguai. Foi quando ocorreu a tragédia de Jaguarão – um duplo homicídio que abalaria duas gerações daquela cidade , do Arroio Grande e de toda a fronteira sul.
A narrativa de tal acontecimento real dispor-se-ia como prólogo deste livro. Menciona com breve particularidade o cigarro de palha manchado de sangue, caído da boca imprecativa de um médico republicano, baleado, que tinha as divisas de tenente-coronel da Guarda Nacional e cuja morte imediata livrou-o de ver, logo depois, o filho também morrer. E aquele cigarro subsistiria oportunamente como pormenor de candura, símbolo do despreparo para a morte.
Mas isto é da primeira história. A única que precede a existência de Netinho, personagem da maioria dos demais trinta e um contos, contos que se encadeiam cronologicamente – de sua infância à maturidade - prestando-se para distinguir o que se chama de romance de formação.
Veja-se trecho do prefácio do escritor Aldyr Garcia Schlee: “É um livro em que um longo conto inicial – narrado como se fora uma reportagem, tocado levemente pela magia da ficção – define desde logo o restrito espaço temporal e espacial que haverá de marcar os demais contos, seja em seus aspectos históricos e geográficos, seja em seus componentes políticos e culturais.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário