Street photography e alguns textos, porque nunca se sabe o que pode passar pela cabeça ou pela frente.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Simples

Vi meu olhar emprestado em outro rosto, e não tive vontade de retoma-lo. Descobri que há paz no silêncio, onde personagens tomam a vida e saem da poesia para que se permitam ser tocados. Há entendimento e ternura, mesmo em relatos cada vez mais breves, porque não parece ser necessário estender-se em termos ou condições para que se desfrute do consenso.
Vi meu futuro ser proposto em outro tempo, e não corri atrás do que parecia já estar perdido. Senti o equilibro do calor das mãos unidas que, de tão macias, afagam dos pés a alma, indicam, além da serenidade, que irradiam mais energia do que se busca e compartilha.
Vi, no disfarce da verdade, o que se oculta apenas por vaidade, única mentira de caráter que mais une que afasta. Trouxe comigo, da minha vida, dada por devassa, um aprendizado, doação e afinidade.
Vi que estava com o olhar correto, que o tempo estava limpo e liberado, por isso, não me deixei por rogado e hoje estou mais feliz e acompanhado.

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