Street photography e alguns textos, porque nunca se sabe o que pode passar pela cabeça ou pela frente.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Teatro

Borra a face por uma lembrança de coxia.
Abraço forte  mais prolongado que devia, porém, acolhido, relaxo ao terno calor até sentir a cadência  uníssona de nossos peitos. Baixa a guarda enquanto falo em muros e relato em prosa, sem sentido, o roteiro da vida em um ato único.
O tempo passa com a irresponsabilidade das tarefas não cumpridas, ali sou o que não visto e ajo da forma como me vejo. Ao trocar de máscara é que percebo: "também posso ser artista". Estranho estar a dirigir a trama - "Mais afetos, até cansar os olhos"... e assim  poder dormir sem receios.
Criar histórias  perdidas do porão do tempo é reinterpretar o que deveria ter sido.
Então, a arte duradoura é a que nos traz nos textos, trilhas e movimentos. O sentimento é o que nos é efêmero: passa no corpo que fenece, nas conquistas passageiras e nos carinhos - identidades do momento. 
Limpo o rosto para descobrir a cena, descortina nova apresentação sem medo.
Diário da MOrsa

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