Tu devias estar era rindo! Como consegues não sentir nada?
Não sei se foi a massacrante voz interna, a mesma que julga e afunda, ou, ao contrário, foi o encantado da situação que fez perder a linha dos fatos, só sei que aquilo não deveria estar acontecendo, mas por um lapso de comportamento viro observador de um eu que não reconheço, porém menos do que inadequado, eu sabia, devia estar ali.
Começou há um tempo, o tempo do que posso entender como vida. Das primeiras viagens desacompanhadas onde cada espaço era desbravado como um universo, buraco negro de minhas origens e desejos, intensa energia e movimento onde inocentemente acreditei estar a me proteger pelas bordas, mas não há bordas quando se esta afundado em instinto, apenas força e dinamismo, e algum medo, prazeroso e estimulante medo.
Porém tantos eram os caminhos e aparentemente desconexas as possibilidades que associados aos riscos e incertezas potencializaram inseguranças e assim se dissipava tudo que parecia estabelecido, ao ponto que eram tantos "quem sabe" que virei eus, que pareciam nós, e talvez daí acabei por forjar a mítica da companhia necessária.
Eu deveria estar rindo. Mas não sinto nada. Insípido como um copo d'agua que mata a sede sem trazer prazer ou novidade sigo em busca de algo que a retrate.
Frente ao turbilhão a incessante busca busca pelo plural, pela segunda pessoa do plural que só vai manter o universo ali, no mistério do desconhecido, afinal, toda descoberta é antes de tudo singular, e por mais paradoxal é só no singular que se há a possibilidade do encontro.
Sim, devia estar rindo. Sinto!
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