O olhar desvia para evitar esquinas,
a luz é pouca, mas desenha as sombras que me fazem companhia.
O sol, itinerante, muda a duração dos dias,
as pernas, cambaleantes, confundem
a direção,
o espaço,
o tempo... e a poesia.
O que fizeram com os passos de minhas ruas?
Antes claras, agora escuras
antes belas,
hoje nuas.
Do olhar
procuro o céu de onde a luz é breve,
censuro o risco, aviso: “não há passo leve”.
Troco as pernas para não enfrentar segredos,
perco as sombras dos meus arremedos
e fico só
só
eu
e os medos.
Marcelo Freda Soares
Publicado originalmente em janeiro de 2010
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