Tinha eu 24 anos de idade (14 se fosse pela letra de Paulinho da Viola), quando fui nomeado médico da comunidade rural. Com cara de adolescente, achei melhor deixar um infame bigode para tentar enganar aquele povo. Os olhares de desconfiança não pude evitar, nem os testes de confiança a que era frequentemente submetido. Não era só a questão tecnica, ser ou não ser um bom profissional, para eles era importante saber entende-los, ser merecedor de estar ali. Até que passasse a ser convidado para os fristiques –cafés da manhã com mais calorias do que rodizio (linquiça, ovos, torresmo, geléias) – foram semanas de pegadinhas e sabatinas. “O senhor sabe o que é um leitão?”; ”Minha filha teve espinhela caída, ja tratou disso?”; “Depois o Pastor me diz se seu remédio é adequado…”.
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