Pronto, virou o dia mas não o mês, virei os bancos, as contas e os cadastros.
Não tomei banho mas troquei de meias, esqueci da hora, não tinha toalha, fez frio direto, estraguei o cabelo.
Onde cheguei fui recebido, mais agrados estranharia, comi assado, comprei calçados, passei na feira, colhi amigos, provei de tudo, sorri atrasado, deixei o troco, paguei fiado.
O carro engasga, gasta o que não tenho, o trajeto embola, fico no freio.
Passou uma quarta, finda a semana, penso em roupa, bancar bacana.
Meu tempo engorda, pois a fila anda, quero ter a vez de um olhar sacana.
Ela desconfia, eu tenho certeza, vou fazer de novo e da mesma maneira.
Virar folhinha, contar carneiros, esperar a sorte para ganhar dinheiro.
A fome vem num anúncio farto, o frio engana no peito uma dor de parto.
Terminou o dia, não me sinto salvo, me faltou um quê como um pedaço.
Virou mais um tempo de um mês inteiro, esqueci dos bancos, e de meus receios, vou dormir de novo, acordar para sempre, virar de lado, mas mais lentamente.
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