Street photography e alguns textos, porque nunca se sabe o que pode passar pela cabeça ou pela frente.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Plantão

Hoje no diário da Morsa relato dois casos acontecidos no plantão, bem coisa de morsa mesmo, mas como ando misturando as coisas ai vai uma delas:

Ela relata que esta sendo espionada por aparelho que lê ondas cerebrais. Intercalado por momentos de lucidez relativa, afirma que sabe que este tipo de coisa não existe, mas volta a perguntar se mesmo não sendo possível, poderia isto estar acontecendo. Antes que eu mesmo ficasse confuso, peço que ela seja mais clara, e, de uma forma objetiva, relata que toda vez que pensava em sexo, tinha suas ondas lidas pela vizinha fofoqueira que morava ao lado. Isso, somado a vergonha de sair de casa, impedia uma vida íntima e, o que era antes um segredo, agora era um tormento. O marido sem entender nada, e com cara de apavorado, apenas gesticula e repete que aquela não era sua esposa de trinta e tantos anos de convivêcia. Tento explicar que ali não era um hospital psiquiátrico e que sera tarefa para um especialista, mas, visto o adiantado da madrugada, o meu cansaço e a insistencia em ter uma solução do marido, claro que tentadas algumas alternativas medicamentosas ao meu alcance, entrarei na fantasia. "Dona Fulana, este aparelho só funciona no quarto?" Ouvi um sim. "Então vá para casa imediatamente e tenha relações com seu marido, na sala!". Pelo alivio da coitada e pela cara de satisfação do companheiro acho que dou a melhor receita. E eu fui dormir, as quatro horas.
Diário da Morsa

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