Street photography e alguns textos, porque nunca se sabe o que pode passar pela cabeça ou pela frente.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Carece de Cantar



Certas canções que ouço
Cabem tão dentro de mim,
que perguntar carece
como não fui eu que fiz?
Certa emoção me alcança
Corta-me a alma sem dor
Certas canções me chegam
Como se fosse o amor (...)
Calor que invade, arde, queima e encoraja, amor
Que invade arde, carece de cantar"


Duas canções de Milton Nascimento, desfrutei do Clube da Esquina.

Nem visão, nem imagem, nem ato ou comoção, a dose certa de todas as possibilidades num só acontecimento, e não foi desta, nem tão próximo, nem revealdor ou obscuro o bastante para me eximir de responsabilidade.

Escuto com se fosse a primeira e não a comum maneira de dizer o que é repetido, e desde sempre, e fico as voltas com impressões que se acrescentam neste devaneio, do que deveria ser, quem sabe, apenas passageiro, e simples como um fato corriqueiro, o que pode virar em uma dolorosa tragédia grega, ou romana, romanesca.

Nem verdade, nem versão falsificada, nem direto, nem o direito, sem vantagem, espio um impulso para empurrar a sorte, mas que pode dar em um nada, ou em muito algo como as canções que me chegam, como o amor que invade e arde, que cabem tão dentro de mim, mas, que perguntar carece: Porque não fui eu quem fiz?

Então, há canções e há momentos
Eu não sei como explicar
Em que a voz é um instrumento
Que eu não posso controlar...

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