Street photography e alguns textos, porque nunca se sabe o que pode passar pela cabeça ou pela frente.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Mochila

Nem tudo são flores, no jardim da casa de Dolores.

Inês era pianista e a filha minha amiga. O filho rígido, terminado por "inho", não   fosse por mim, brincaria sozinho. Hoje é triste e eremita, e se fui seu confidente das precoces descobertas da vida, pergunto: O que tem isso tem a ver comigo?

Talvez se cruze não me reconheça, eu sei... passei a usar mochilas.

Calendário tanto escurece os dentes como embaralha características.

Não  interessa o que carrego, nem este jeito maneiro, penso que os meses voam e  amanhã pode ser o fim de um ciclo.

Todo ano me parece bissexto e sofro com o sol a partir-me ao meio. Se ainda divido o cabelo pelo menos tento viver em recreio, afinal, não sei quando tudo termina, e percebo, tanto quanto também temo: que por mais que um dia tenhamos sido íntimos, não há com quem se dividir os receios.

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