Street photography e alguns textos, porque nunca se sabe o que pode passar pela cabeça ou pela frente.

terça-feira, 16 de março de 2010

De nada

fotografia

Adeus costas de receituários, e já valeu a pena.Este é meu traço a mão livre, desde há muito tempo, e bem mais rápido do que pensava consegui sentir o instrumento –pen e tablet- como extensão do movimento. Agora devo ilustrar meus textos com estes garranchos…


De nada adiantou desligar o telefone, mesmo mudo, podia ouvir o sinal insistente a cada intervalo. As roupas ainda estavam na mala, os poucos pertences que consegui acumular até ali, como os discos.

Sempre achei que as canções fossem eternas mas, sem sentido, consegui carregar apenas as mídias -pedaços de plástico e encartes que não dizem mais nada.

Esqueci o que é fome, mas preciso de algo para beber -água, é fraco e sobrevivência é relativo. Tive um cão, um gato e uma tartaruga, todos perdidos. Nenhum saberia usar telefone, por isso, não atendi, nem ligo.

Estou na rua, tenho uma máquina fotográfica e um cartão sem memória, apaguei tudo, e nem sei para que lado virar minha objetiva.

Ainda é cedo -alguém me atende este telefone!

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse meu amigo é mesmo um poeta do cotidiano e da 'nova parafernália'... Consegue unir ambas as coisas, em texto, como poucos!
Adorei!!