A vontade era que tudo terminasse. Quando cheguei a frente da lousa não via nada além de cor e compensado. Verde na memória, imenso espaço e algo que deveria ser respondido mas que talvez ali não coubesse.Um nada e uma platéia agitada.
Sabia que, mais um pouco, estariam rindo pelas minhas costas, enquanto ali, o pensamento era saber, afinal, o que queriam de mim?
Sem que nenhum relógio me marcasse, esqueci também do tempo, e dei o primeiro traço. Um linha sem caminho, uma idéia sem destino, minha imagem favorita desviada em arco. Um nada decorado.
Mas o que era mesmo que queriam que fizesse? O verde estava cortado pelo pó de giz e amenizado. Ao invés de risos, a transferência das expectativas, eram eles a procura da conclusão.
Animado espalhei os traços, associei vazios como imagens que só podem ser reconhecidas a distância. Dali, daqui ou do espaço. Larguei a obra sem interpretação, em quadro. Ninguém perguntou nada. Dissipada a primeira angústia com um nada rebuscado.
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